sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Entrevista com o melhor goleiro do mundo

| | 1 Bla bla bla :)







Julio Cesar

Titular incontestável da camisa número 1 do Brasil, Júlio César vive o melhor momento de sua carreira. É considerado o melhor da posição no planeta. Aos 30 anos, completados em setembro, será o titular na Copa da África do Sul. Julio já foi convocado 78 vezes, atuou em 44 partidas e ficou em campo 3.885 minutos. Defendendo a Inter de Milão, disputa a preferência dos tifosi da Itália com outro espetacular jogador, Gianluigi Buffon, 31 anos, titular da Juventus e da seleção campeã do mundo em 2006, e eleito duas vezes o melhor goleiro do mundo.

As comparações não dizem muita coisa ao brasileiro. Numa conversa rápida no intervalo de um treino na semana passada, Julio Cesar (ídolo também da maior torcida brasileira, a do Flamengo, onde começou como profissional em 1997 e só saiu para jogar na Itália, em 2005) conta a VEJA.com que o grupo que costuma ser convocado por Dunga tem um objetivo bem definido - e que o técnico administra o time com seriedade e justiça. O goleiro diz ainda que as regras do futebol deveriam ser mudadas para "ajudar" um pouco quem tem a obrigação de evitar a maior alegria da partida, o gol.

julio-cesar-interQuais são os melhores jogadores do mundo na sua posição?

Gosto do checo Petr Cech (Chelsea), do italiano Buffon, do espanhol Reina (Liverpool) e do holandês Van der Sar (Manchester United), com 39 anos, pela experiência e pelo que apresenta até hoje. No Brasil, tem uma safra de bons goleiros nos últimos anos. Tem o Bruno (Flamengo), por exemplo. O Rogério Ceni (São Paulo), que mantém a regularidade há bastante tempo, é um goleiro que merece respeito. O Victor (Grêmio) apareceu muito bem. E tem também o Marcão, por tudo que fez e faz no gol do Palmeiras.

Hoje o goleiro brasileiro já é respeitado na Europa…

Sim, é muito respeitado pelo que vem mostrando nos clubes, como o próprio Doni e o Julio Sergio, na Roma; o Helton, no Porto; o Gomes, no Tottenham. É uma posição em que o brasileiro conquistou espaço. Antes ele não era tão valorizado como hoje.

E o que mudou?

Foram as atuações. A partir do momento que se um goleiro se destaca, começa a ser respeitado. Mas essa história aqui na Europa tem muito a ver com a Copa de 1982, por causa do Valdir Perez. Sempre ouvi aqui que a seleção brasileira era uma grande equipe, mas faltava um grande goleiro. E eu sempre rebati isso. Não acompanhei a carreira dele, mas se o cara chegou à seleção, usa o número 1 do Brasil e disputa uma Copa do Mundo numa seleção em que só tinha feras, o cara não pode ser tão ruim. Com certeza ele teve méritos, qualidades, e por isso jogou naquela Copa.

Quais seleções estão bem neste momento na Europa?

A Espanha faz um bom trabalho, a Inglaterra está bem, e as tradicionais no futebol, como Alemanha, Itália. São forças que, quando chegam numa competição como a Copa, têm de ser respeitadas.

O Brasil também está bem…

Pelo que demonstramos até agora, o torcedor fica bastante esperançoso. Mas não gosto de apontar favoritismo, temos de ter pé no chão. Sabemos a força que temos, mas de nada adianta chegar na Copa e não mostrar bom futebol. Estamos no caminho certo e temos condições de brigar com qualquer equipe.

Brasil na Copa das ConfederaçõesQual é a maior qualidade da seleção brasileira hoje?

O Dunga conseguiu estabelecer na seleção um pensamento forte, que é estar bem focado no objetivo. O que ele sempre passou é que cada jogador que tiver uma oportunidade tem de saber aproveitar bem, porque a concorrência é grande. Isso fez com que o grupo se fechasse mais e que os jogadores aproveitassem suas oportunidades. Foi o que aconteceu comigo. Eu não fui convocado no começo pelo Dunga. Mas quando tive a oportunidade, aproveitei. O mesmo aconteceu com outros jogadores. E tem outra coisa importante do Dunga: ele trata todos da mesma forma, e isso é muito positivo para o grupo.

Ele é exigente?

O Dunga é um profissional muito sério. Consegue manter a seriedade do grupo a todo o momento, seja num jogo menos complicado, seja num mais complicado. Se vamos jogar contra uma seleção sem tradição nenhuma, encaramos o jogo com muita seriedade. E ele impõe isso dentro do grupo, não deixa em nenhum momento a equipe relaxar. Com isso ele reforça a parte psicológica dos jogadores. É um treinador que sabe tudo de seleção, apesar de não ter tido experiência anterior.

Você acha que alguma regra do futebol deveria mudar?

Acho que o goleiro poderia ter a chance de se movimentar na hora do pênalti. O torcedor quer ver gol, então tudo é feito para complicar a vida do goleiro. Na hora do pênalti, o batedor tem 99% de chance de marcar, mas se o goleiro der um passo, sair um pouquinho, não deveria haver problema. E quando agarramos um pênalti, o juiz manda voltar por que deu um passo, uma coisa mínima. Os juízes estão muito rigorosos com isso. Por exemplo: o batedor pode dar uma paradinha, tudo bem. Então a gente poderia adiantar um passo… Acho que seria mais justo.

Só essa mudança?

Outra coisa que poderia ajudar seria não permitir que jogadores do time adversário, mesmo respeitando a distância da bola na hora da falta, ficassem ao lado da barreira, atrapalhando a visão. A gente arruma a barreira aí os adversários ficam colados na barreira, à vezes dois ou três jogadores, e atrapalha muito. Acho que isso poderia dar uma aliviada para nós nesse momento.

Você já pensa em algo para sua carreira no futuro?

Tenho contrato com a Inter até 2014, quando estarei com 34 para 35 anos. Sinceramente não posso falar nada de futuro. Nada passa pela minha cabeça. Vou tentar cumprir o contrato da melhor forma possível e aproveitar essa fase maravilhosa que vivo agora.

1 comentários:

AF Sturt Silva disse...

Legal entrevista,visite também:
http://confionomengao.blogspot.com/